Aditivos enológicos: produto adicionado nos vinhedos esquenta mais o debate

Uma das “batalhas” atuais no mundo do vinho diz respeito à intensidade da intervenção dos enólogos na elaboração dos vinhos. De um lado, há quem aposte na menor intervenção, buscando expressar ao máximo as características do terroir. De outro, existem aqueles que vem o processo de forma diferente, com o uso de diversas técnicas e componentes para criar vinhos que reflitam de forma mais evidente a intenção do enólogo.

Nos últimos tempos, porém, o debate tem ganhado novas dimensões. No passado boa parte da discussão ficava em torno do uso de técnicas e componentes adicionados (leveduras, aditivos, acidez adicionada, álcool, etc.) na cantina, ou seja, durante o processo de elaboração dos vinhos. Agora o debate inclui também a utilização de aditivos durante a maturação de uvas, visando trazer novos sabores aos vinhos.

Esculpindo os vinhos nos vinhedos

Uma nova iniciativa certamente irá deixar os que advogam a menor intervenção de cabelos em pé. Como parte de seu programa Oenoterris, a Sofralab, um produtor de aditivos enológicos baseado na região de Champagne, lançou três novos produtos para aplicação nas videiras. O objetivo é obter vinhos brancos e rosés mais aromáticos e tintos mais frutados. Esses produtos chegaram ao mercado francês em 2021, após cinco anos de estudo.

Os primeiros resultados parecem ter agradado alguns produtores. Paul Jegerlehner, que trabalha com seu pai, proprietário da Domaine de Ménard (não confundir com a Domaine Ménard, produtor orgânico baseado em Bourgueil, no Loire), seguiu o protocolo da Sofralab. Foram feitas aplicações dos produtos em quatro hectares de vinhedos plantados com a variedade Colombard.

O produtor, sediado na região de Armagnac, reportou os resultados. “Os vinhedos de uma de minhas melhores cuvées de 2021 foi tratada com produtos Oenoterris“. O vinho era mais aromático e complexo do que os outros”. O produto mudou também a produtividade dos vinhedos. “Eu colhi 150 hl/ha com Oenoterris, comparado com 130 hl/ha sem o o uso do protocolo. E o teor de nitrogênio assimilável foi muito maior: 250 mg/l, contra 190 mg/l para o controle”. E o debate continua…

Fonte: Vitisphere

Imagem KING LI from Pixabay 

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