Athanor 2015, Jean Foillard

A percepção dos vinhos dos crus de Beaujolais varia bastante de acordo com as experiências pessoais de cada um, sobretudo na escolha de qual denominação de origem desta região. Se a maior parte dos vinhos se mostra mais fresca e frutada, algumas denominações, como Morgon e Moulin à Vent, podem trazer monovarietais de Gamay mais estruturados e com maior poder de evolução. E, em uma safra quente como 2015, Jean Foillard mostrou quão distinto um cru de Beaujolais pode ser.

O Athanor 2015 é um vinho único. Foi elaborado a partir do mesmo vinhedo (Côte du Py) que usualmente dá origem à Cuvée 3.14, com alta proporção de vinhas muito velhas (acima de 80 anos). Porém, por conta das características distintas desta safra, Foillard decidiu, pela primeira vez, lançar o Athanor ao invés do 3.14.

Foi elaborado com as mesmas uvas de cultivo orgânico provenientes dos solos de xisto e granito, porém com mudanças na vinificação. Mantendo a maceração e fermentação com leveduras indígenas, optou por manter o vinho por sete meses em ânforas, ao invés dos tradicionais barris de carvalho.  Em uma safra tão quente e com uvas mais concentradas, a opção faz sentido, trazendo mais oxigenação ao vinho.

Degustando

Athanor é o nome dado para os fornos quentes que os alquimistas usavam na tentativa de converter metais básicos em ouro. E este vinho representou uma transformação, diferente de todos os outros que já provei de Foillard, lembrou mais Rhône norte que Beaujolais. No visual, mostrou coloração rubi brilhante e maior concentração que o normal, com o olfativo trazendo aromas florais, com notas de frutas vermelhas mais maduras e toques terrosos e de cacau.

Na boca, um Gamay de boa acidez, porém com muita estrutura e taninos robustos, mas já em processo de integração. Um vinho de alta extração e profundidade, já com camadas, e muito longo, representando um estilo mais ancestral, mais potente, intenso e com alto teor alcóolico (16% abv), porém sem abrir mão da capacidade de seduzir. Certamente tem uma longa trajetória para frente, talvez mais para 15 anos do que os sete desde sua safra. Não é importado para o Brasil e na Europa ainda pode ser encontrado na faixa de € 45-55 por garrafa.

Nome do VinhoAthanor Safra2015Produtor Jean FoillardEnólogoJean FoillardUvaGamaySoloGranitoGraduação Alcoólica16%Sede da VinícolaVillié Morgon (Rhone-Alpes)DenominaçãoMorgonPaísFrançaAgriculturaOrgânicaVinificaçãoBaixa IntervençãoImportador no BrasilNão é importado

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