Crise? Borgonha recupera as perdas de 2020 e bate recordes de receitas e exportações de vinho em 2021

Para praticamente todas as regiões produtoras de vinho do mundo, 2020 foi um ano complicado. Por conta do impacto da pandemia, sobretudo queda do turismo e fechamento de hotéis e restaurantes, as vendas de vinhos caíram. No caso dos produtores franceses, outro fator negativo foi a imposição de tarifas para importações de vinhos nos Estados Unidos. Em poucas palavras, um ano a ser esquecido, ao menos do ponto de vista de venda de vinhos.

Porém, o impacto foi menor e a recuperação em 2021 muito mais rápida em algumas regiões. E, dentre elas, se destaca a Borgonha. Embora esta região francesa tenha sofrido com a queda de demanda em 2020, por outro lado, o ano passado também foi marcado por uma safra excelente, tanto em termos de quantidade como qualidade. Por conta disso, 2021 será um ano também a ser lembrado, mas por conta de recordes de exportações e vendas.

Maiores estoques

Em 2020, o volume de uvas colhidas (quase 1,56 milhão de hectolitros) foi superior à média das cinco safras anteriores (1,46 milhão de hectolitros de 2015 a 2019). Essa foi uma excelente notícia após a safra 2019, uma das menores da última década (1,25 milhão de hectolitros). Combinada à queda na procura por vinhos registrada no ano passado, isso levou a um aumento nos estoques.

Os estoques nas vinícolas no final da safra 2020-2021 foram estimados em cerca de 1,2 milhão de hectolitros, quase o mesmo registrado nas 2016-2017 e 2017-2018. Isso deixou a Borgonha com o equivalente a quase dois anos de rendimentos médios em estoque na véspera da colheita da safra deste ano. Ao contrário de 2020, porém, este ano deve ter uma das menores safras da história, o que faz de estoques elevados uma boa notícia.

Borgonha em destaque

As exportações de vinhos de Borgonha foram diretamente impactadas pela retomada da demanda por vinhos nos últimos meses e, também, do fim da taxação no mercado dos Estados Unidos. Depois de um 2020 difícil, as exportações explodiram em 2021. Considerando os sete primeiros meses deste ano, foi registrado um crescimento de 22,1% em volume e de 26,2% em termos de receita em relação ao mesmo período de 2019.

Estes números colocam a região em destaque na comparação com outras regiões francesas. Enquanto o volume exportado de vinhos da Borgonha cresceu 22,1%, a média paras as denominações de origem francesa foi de apenas 7,9%. Em termos de valor, o desempenho foi excelente (alta de 26,2% para Borgonha e de 10,5% para a média nacional).

E não foram somente as exportações. Considerando as vendas totais (que incluem o mercado francês) nos três primeiros meses de 2021, a Borgonha confirmou a retomada. Em relação a 2019, a receita aumentou 7,8% para os vinhos desta região, comparada com uma queda de 2,7% para os vinhos franceses. Em termos de volume, na mesma comparação, a Borgonha viu uma alta de 8,8%, contra apenas 1,6% para a média nacional.

Recorde nas exportações

Dentro deste contexto, as exportações de vinhos da Borgonha bateram recordes em 2021. Entre janeiro e julho deste ano, os volumes exportados bateram as marcas estabelecidas nos primeiros sete meses de 2007 (aumento de 0,6%), pouco antes da recessão de 2008, e do mesmo período de 1998 (aumento de 2,2%), outro ano recorde para a região. Em termos de receita, um novo recorde foi alcançado pela Borgonha: 741 milhões de euros nos primeiros sete meses de 2021.

Este cenário positivo afetou a Borgonha como um todo. Na comparação com os sete primeiros meses de 2019, os vinhos brancos registraram aumento de 19,9% em volume exportado e 22% em termos de receita. Para os tintos, os números foram 28% em volume e 31,2% em receita, enquanto as exportações de Crémant de Bourgogne cresceram 20,8% em volume e 20,6% em receita.

Fonte: Vins de Bourgogne

Imagem: Kelsey Knight via Unsplash

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