Inovação e sustentabilidade: você já viu vinho em garrafa de PET?

A Austrália é um dos países mais inovadores no que diz respeito à indústria do vinho. Foi o primeiro país onde os vinhos com tampas de rosca ganharam projeção, além de ser um dos mercados pioneiros das embalagens bag-in-box. Agora, a filial australiana de uma empresa britânica, em associação com duas vinícolas da terra dos cangurus, lançou mais uma inovação.

A Packamama (cujo nome é uma homenagem à deusa da terra e fertilidade dos incas), juntamente com as vinícolas Accolade Wines e Taylors Wines, lançou uma garrafa de vinho feita de plástico PET 100% reciclado. Já disponíveis em algumas lojas selecionadas na Austrália desde junho deste ano, os vinhos Banrock Station e One Small Step Range passam a adotar esta embalagem.

Garrafas de vidro

Embora com longa tradição no mercado do vinho, as garrafas de vidro são atualmente motivo de preocupação. Em primeiro lugar, por conta da queda do comércio causado pela pandemia de COVID e os recentes eventos na Ucrânia, existe (literalmente) um gargalo na distribuição de garrafas para os produtores de vinho. E isso encarece e dificulta a distribuição do produto final.

O principal motivo, porém, é relacionado à sustentabilidade. Estudos mostram que as garrafas de vidro são o maior contribuinte para a pegada de carbono quando falamos de vinhos. Isso ocorre por conta de seu peso no transporte e da energia necessária para produzi-las, transportá-las e reciclá-las. As estimativas variam, mas entre 30% e 70% da pegada de carbono do vinho estaria associada apenas às garrafas de vidro. Além de pesadas, são produzidas em um formato que dificulta e encarece o transporte e estocagem.

Menor peso e formato interessante

A nova garrafa de PET, que já havia sido lançada em caráter experimental, e é chamada por alguns de “garrafa ecológica”, pode surgir como uma alternativa viável. O modelo lançado, quando visto de frente, lembra uma tradicional garrafa bordalesa. Porém, quando analisada de lado, revela um perfil muito mais fino. Isso permite que uma caixa de vinho padrão possa conter o dobro de garrafas, o que a torna mais eficiente para transportar.

Mas a maior diferença fica no peso e nos custos resultantes para transporte. Se uma garrafa padrão de vidro pesa entre 450 e 700 gramas, o uso de garrafas de PET traz uma economia significativa. O uso deste material torna, segundo a Packamama, as garrafas 84% mais leves. Isso contribui para reduzir as emissões de carbono no transporte, bem como a energia na produção e reciclagem.

Nova alternativa?

Com todos estes benefícios, o fabricante deixa algo importante claro: não há efeito sobre os aromas e sabores do vinho. Além de ser obtido a partir de reciclagem, este tipo de PET seria um material estável e inerte, bastante utilizado para embalagens e que não reage com alimentos ou bebidas. Além disso, as garrafas também são recicláveis e bastante resistentes, oferecendo menor risco de quebra.

Resta saber agora se esta alternativa se tornará viável não somente na Austrália, mas no restante do mundo, inclusive no Brasil. É difícil imaginar que os vinhos mais caros e raros do mundo passem a ser engarrafados nesta embalagem nos próximos anos, mas isso pode ser o caso para vinhos mais baratos. Neste caso, além da questão de sustentabilidade, o custo da embalagem e de seu transporte e armazenamento podem ser importantes fatores na escolha das vinícolas por uma solução ou outra.

Fontes: Packamamma; Accolade Wines

Imagens: Packamamma

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