Mega-vinícola de 1.500 anos descoberta em Israel evidencia importância do vinho do Império Bizantino

O vinho parece ter uma relação especial com a região do Mediterrâneo. Embora as evidências apontem que a atual região da Geórgia tenha sido o local da elaboração dos primeiros vinhos, foi no sul da Europa e nas regiões atuais da Turquia, Israel e Líbano que o vinho alcançou grandes volumes de produção e enorme popularidade.

O papel do Império Romano na popularização do vinho foi essencial. Mesmo depois das invasões de tribos bárbaras e consequentemente queda de Roma, o seu sucessor no Oriente, o Império Bizantino, seguiu sendo um importante centro de produção e distribuição de vinhos. Porém, faltava uma importante descoberta arqueológica para evidenciar a relevância do vinho para os bizantinos. Mas, agora, o quebra-cabeças está mais completo.

Enorme área de produção de vinhos

Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) anunciaram uma importante descoberta nos últimos dias. Mais do que o achado em si, os pesquisadores ficaram surpresos com a escala da antiga instalação vinícola. Datadas do período bizantino, as evidências arqueológicas achadas na cidade israelense de Yavne evidenciam que a região “era uma potência mundial do vinho há cerca de 1.500 anos”, nas palavras da autoridade israelense.

Com cinco prensas de vinho e quatro grandes armazéns, os pesquisadores acreditam que estas instalações eram capazes de produzir dois milhões de litros de vinho anualmente. Na época, estes vinhos eram conhecidos como os vinhos de Gaza e Ashkelon. Caso a medida atual de consumo (garrafas de 750 ml) fosse usada, isso corresponderia a cerca de 2,66 milhões de garrafas ao ano.

E quantidade não era o único foco. “Acreditamos que estamos falando de um vinho de prestígio. Era um vinho branco e leve que era exportado para diversos países ao redor do Mediterrâneo”, segundo Jon Seligman, arqueólogo e co-diretor da escavação em nome da AAI. Em um vídeo disponível no canal da AAI no YouTube, o pesquisador também afirmou que os vinhos desta “mega-vinícola” eram exportados para o que é hoje Egito, Turquia e Grécia, bem como possivelmente o sul da Itália.

Época áurea

Estas evidências arqueológicas confirmam o que os pesquisadores sempre suspeitaram. A atual região do Líbano, Israel e da faixa de Gaza eram um importante centro produtor e exportador de vinhos. Esta área, que possivelmente produzia vinho desde a época do Egito Antigo, teria atingido seu ápice durante o Império Bizantino, conhecido como uma importante potência comercial da época.

Porém, esta região rapidamente perdeu importância a partir do século VI depois de Cristo. Mesmo antes da invasão e conquista muçulmana, condições climáticas adversas e epidemias teriam praticamente aniquilado com a produção de vinhos na região, fechando um capítulo importante do vinho no Oriente Médio.

Fontes: Israel Antiquities Authority; Decanter

Imagem: Yaniv Berman, para Israel Antiquities Authority.

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