O simples prazer de beber vinhos

O simples prazer de beber vinhos, ou beber vinhos por simples prazer. Qualquer destes enunciados poderia ser o título deste texto. Resolvi voltar ao início de minha jornada de jornalista, palestrante, professor na área de vinhos e gastronomia para relembrar alguns conceitos e minha trajetória.

Depois de muita litragem, muita leitura e aprendizado. Depois de algumas viagens (menos do que gostaria) para visitar vinícolas e produtores, me vejo diante da seguinte pergunta de um leitor, feita durante o mês de festas e férias: “beber ou não beber rótulos famosos?” Ia responder de pronto que dependeria do vinho em questão, do bolso, do aprendizado vínico já adquirido, mas refleti melhor e ampliei a questão. Quem bebe apenas rótulos consegue prazer?

Acho que sim, como aquele que bebe de acordo com seu bolso também sente prazer, e tem aqueles que buscam novidades e também sentem prazer. Claro que estou me referindo aos vinhos que são agradáveis aos que assim procedem, pois haverá, com certeza, alguns vinhos que ou não serão entendidos, ou não serão prazerosos.

Aprendizado

Quanto aos vinhos que não foram entendidos, espero que a maturidade no assunto, a litragem consequente, possa induzir a repetir a experiência de novo, com um paladar e olfato, quem sabe, mais treinados, apurados, mais exigentes com consciência, e tirar a prova dos nove.

Os vinhos são o tipo de bebida que não podemos classificar como ótimos, senão gostamos deles, não temos prazer em bebê-los, sem amarras de rótulos, indicações de sumidades da web, dos livros, enfim, sem ter prazer. Claro que o prazer que o vinho pode entregar se diferencia de pessoa para pessoa, por isto é importante saber que o vinho vive, muda, se aprimora ou não com o tempo, a safra, a vinificação. Assim como nós também!

Degustando

Por estas e outras que as degustações profissionais de respeito são feitas às cegas. Nada de influências de rótulos, produtor, origem, variedades de uvas (a não ser quando comparamos a mesma cepa oriunda de variadas regiões e países).

Beber sem amarras! Beber por prazer. E bebendo com prazer vamos aprendendo a degustar. Regras há e sempre será valioso indicativo, mas quem nunca sentiu prazer quebrando regras numa harmonização gastronômica, por exemplo? Beber o que outros gostaram, outros pontuaram, indicaram, é válido também, quando podemos ter nosso critério de avaliação para comparar. Gostar só porque algum gostou? Gostar só porque tem ótima pontuação?

Não acham muito pouco para um universo de possibilidades vínicas? Foi esta a resposta que dei ao leitor!

Até o próximo brinde!

Álvaro Cézar Galvão conhecido como O Engenheiro Que Virou Vinho, me dedico a comentar, escrever, divulgar, dar palestras e ministrar cursos de vinhos, bebidas destiladas e a harmonização com a gastronomia. Assino dentre outras mídias o site Divino Guia www.divinoguia.com.br

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Fotos: Álvaro Cézar Galvão, arquivo pessoal

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