Retrospectiva 2021: vinhos da Borgonha e Champagne lideram forte alta de preços

Após um ano difícil em 2020, por conta do impacto da COVID-19, o mercado de vinhos finos teve um forte avanço neste ano que se encerra. Os preços dos vinhos finos, medidos pelo índice Liv-ex Fine Wine 100, aumentaram quase 20% em 2021, refletindo a maior demanda e a rápida recuperação após a pandemia.

Avaliando do ponto de vista de investimentos, os vinhos finos foram uma alternativa melhor do que diversas opções do mercado internacional. O valor destes vinhos mostrou valorização superior a índices acionários importantes, como o norte-americano Dow Jones e o britânico FTSE 100. Bateu também outras aplicações, como o ouro, por exemplo. Frente ao Ibovespa, que caiu quase 20% em dólares no mesmo período, nem vale a comparação.

Borgonha e Champagne

O desempenho dos vinhos da Borgonha chamou a atenção. Com a expectativa de escassez por conta da quebra da safra 2021, os preços dos principais rótulos da região avançaram mais uma vez, com alta de 27,1%. Várias safras de vinhos da Domaine de la Romanée-Conti atingiram novos recordes,. Além disso, vinhos Grand Crus de produtores como Armand Rousseau e Domaine Leflaive estiveram entre os rótulos de melhor desempenho do ano.

Após um 2020 complicado, outra região que se destacou positivamente este ano foi Champagne. Novamente usando os dados da Liv-ex, o índice Champagne 50 foi o de melhor desempenho entre os índices Liv-ex-1000. Dentre as maiores altas, destaque para as cuvées Comtes de Champagne de 2006 e 2008 da Taittinger, Cristal Rosé 2008, Krug 2000 e Salon 2002, todos subindo mais de 50% este ano.  

Aliás, foi esta última cuvée a responsável pela maior valorização entre todos os vinhos que fazem parte dos índices da Liv-ex. Se no início de 2021 a garrafa de Salon 2002 custava cerca de £ 458 (cerca de R$ 3.236), este Champagne chegou ao final do ano a £ 833 (R$ 6.325), uma alta de 81% . A seguir vieram Chambertin Grand Cru 2012 de Armand Rousseau (+73%), Bonnes Mares Grand Cru 2013 da Domaine Roumier (69%), Bâtard Montrachet Grand Cru 2013 da Domaine Leflaive (+67%) e Hermitage 2008, de JL Chave (+66%).

Ampliação do mercado

Mais do que somente uma valorização nos preços, o mercado secundário de vinhos também viu expansão dos volumes negociados.  O número de produtores negociados no mercado secundário da Liv-ex este ano atingiu 4.411, 7,6% maior do que em 2020. Em paralelo, o número de vinhos diferentes comercializados chegou a 11.452, 10,5% a mais do que em 2020. Este volume é quase sete vezes maior do que há uma década.

Se no passado os vinhos da região de Bordeaux eram o carro-chefe deste mercado, isso vem mudando rapidamente.  Vinhos de diversas regiões vinícolas, grandes e pequenas, agora são comercializados no mercado secundário. Entre as novas regiões, destaque para as Ilhas Baleares da Espanha, Aconcágua, no Chile, Pfaltz na Alemanha e Calábria e Campânia, na Itália.  Regiões vinícolas não tradicionais como essas estão ganhando força, em detrimento das forças estabelecidas que moldaram o mercado em suas primeiras décadas.

Também a Sotheby´s registrou volume recorde este ano. A casa de leilões divulgou que as vendas de leilões de vinho e destilados aumentaram cerca de 44% em 2021, para US$ 132 milhões. O maior volume se deveu a preços recordes, novas parcerias e uma onda de novos compradores. O vinho representou US$ 111 milhões das vendas, enquanto os destilados ficaram com os demais US$ 21 milhões.

Fonte: Liv-ex; Sotheby´s

Imagem: Tumisu via Pixabay

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