Hubert Lamy e seus vinhos brancos de alta tensão

A Domaine Hubert Lamy é considerada, de forma praticamente unânime, como o principal destaque entre os produtores baseados em Saint-Aubin. Atualmente controlando cerca de 16,5 hectares de vinhedos e comandada por Olivier Lamy, expandiu seus horizontes, com a aquisição de parcelas em denominaçõe de origem próximas, como Chassagne-Montrachet e Santenay.

Seu foco principal é a elaboração de vinhos brancos, com a Chardonnay dominando cerca de dois terços de seus vinhedos. Dentre as treze cuvées brancas elaboradas todas as safras, oito foram recentemente degustadas em uma prova às cegas organizada no início de julho, novamente comprovando a qualidade dos vinhos da Domaine Hubert Lamy. Abaixo os vinhos degustados e minhas impressões:

Chassagne-Montrachet 1er Cru Les Chaumées 2016

Mostrou um olfativo marcado por aromas cítricos e de frutas brancas (marmelo), com notas presentes de baunilha e carvalho. No palato, boa acidez, corpo médio e equilíbrio, um Chardonnay mais “gordinho” e untuoso, com retrogosto salino.

Saint-Aubin 1er Cru Derrière Chez Edouard 2018

Possivelmente o vinho mais elétrico do painel, com acidez cortante, corpo médio e muita tensão, embora sem a mesma profundidade de alguns outros exemplares. Com notas cítricas e de giz no nariz, foi uma das surpresas positivas do painel.

Chassagne-Montrachet Le Concis du Champs 2018

Outra surpresa positiva, considerando que foi um dos dois únicos village do painel, com uvas originárias de um vinhedo localizado na parte mais baixa e plana de Chassagne-Montrachet. Mostrou profundidade, complexidade e equilíbrio, com boa tensão e leve untuosidade, um vinho amplo e delicioso.

Santenay 1er Cru Clos de Gravières 2020

Inicialmente chamou a atenção pela presença de notas de frutas vermelhas no olfativo (cranberry), com um palato mais exuberante e textura mais granulosa (quase tânico), mas sem perder a acidez e tensão. Talvez o menos salino dos vinhos degustados.

Saint-Aubin La Princée 2018

O vinho mais simples do painel, mais curto e com menos profundidade que os demais. Ainda assim, agradável e fácil de beber.

Saint-Aubin 1er Cru Clos de la Chatenière Vieilles Vignes 2018

Um vinho interessante, com notas mais intensas de cereais e frutas brancas (pera e marmelo) no olfativo. Na boca, mostrou alta acidez, muito frescor e tensão, um vinho de boa complexidade que encheu a boca e fechou bem salino, com discreto amargor.

Saint-Aubin 1er Cru En Remilly 2018

Um vinho que se destacou frente aos demais, tanto por sua complexidade, equilíbrio e estrutura, mas também por sua tensão e frescor. No olfativo, trouxe aromas cítricos (mousse de limão), de frutas brancas e leves notas de frutas vermelha, com um palato marcado por alta acidez, corpo médio, amplitude e profundidade, trazendo fruta na boca e excelente textura.

Saint-Aubin 1er Cru Les Frionnes 2016

Em alguns sentidos lembrou o outro vinho da safra 2016, se mostrando mais denso, intenso, “gordinho” e com leve untuosidade. Porém, a alta acidez garantiu um bom equilíbrio de boca.

Em resumo, uma excelente degustação, com meus destaques principais ficando com três vinhos da safra 2018: Saint-Aubin 1er Cru En Remilly, Chassagne-Montrachet Le Concis du Champs e Saint-Aubin 1er Cru Derrière Chez Edouard.

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