Vinho e luxo: conheça os três maiores conglomerados de marcas premium do mundo

A consolidação de empresas, através de fusões e aquisições, é um fenômeno que ganhou força no universo empresarial nos últimos anos. E esta tendência não é diferente quando falamos do mundo do vinho, sobretudo no segmento de alta gama. Diversas transações recentes indicam o fortalecimento de alguns grupos, tendo a Europa como foco principal.

Quando falamos nestes grupos, três não podem ser ignorados. São verdadeiros colossos em termos de faturamento, concentração de marcas e vinícolas históricas e, até, pela sua crescente diversificação. São conglomerados de luxo, que alinham produtores de alta qualidade e uma ampla oferta de vinhos para quem tem o perfil de consumo desejado.

Não surpreendentemente, os três estão baseados na França. O foco principal de seus investimentos em vinho está concentrado em três regiões: Champagne, Bordeaux e, de forma crescente, Borgonha. Vamos conhecer melhor as divisões de vinhos e outras bebidas da LVMH e da Artémis, além da Domaines Barons de Rothschild Lafite.

LVMH

A Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) dispensa apresentações. É a maior empresa do mundo com foco em artigos de luxo (fora do vinho controla marcas como Louis Vuitton, Tiffany & Co, Christian Dior, Givenchy, TAG Heuer, Kenzo, Bulgari e Sephora, entre outras). Também viu seu principal acionista, Bernard Arnault, ocupar o posto de homem mais rico do mundo em 2022.

Com um faturamento global superior a € 79 bilhões em 2022, sua divisão de vinhos e destilados representou menos de 10% disso, com € 7,1 bilhões de receitas. Embora relativamente pequena na comparação com os demonstrativos financeiros da empresa, esta divisão é um dos maiores grupos do mundo quando o foco fica somente em bebidas no segmento premium.

Embora tenha investimentos em empresas com foco em destilados, como as escocesas Ardbeg e Glenmorangie, a fabricante de conhaques Hennesy e a polonesa Belvedere, o vinho ocupa um enorme espaço no seu portfólio de marcas. Bordeaux e Champagne contam com nomes como Moët & Chandon, Dom Pérignon, Krug, Veuve Clicquot, Mercier, Ruinart, Château Cheval Blanc e Château d’Yquem. Borgonha é um foco mais recente, com a aquisição do Clos des Lambrays, em 2014.

Porém, há também investimentos fora da França, como Joseph Phelps (adquirida em 2022), Colgin Cellars, Newton Vineyards, Cape Mentelle, Cloudy Bay, Bodega Numanthia, Chandon, Cheval des Andes, Terrazas de los Andes e Ao Yun.

Artémis Domaines

A Artémis Domaines é divisão de bebidas do Group Artémis, que tem a família do bilionário francês François Pinault como principal acionista. Com longo histórico na área de varejo, Pinault criou a Artémis Domaines em 1993, com a aquisição do Château Latour. Outro negócio simbólico foi a tomada do controle do Clos de Tart, de Morey-St.-Denis, em 2017. Porém, a transação mais significativa e que colocou a Artémis no topo da pirâmide veio a ocorrer somente em 2022.

Foi quando a empresa comprou uma participação majoritária na Maisons & Domaines Henriot, junto à família Henriot-Larouzière, que permaneceu como acionista minoritário. O negócio incluiu nomes como Bouchard Père & Fils (Côte d’Or), William Fèvre (Chablis), Maison Henriot e uma parcela da Jacquesson (Champagne), além da Beaux Frères (Oregon). Estas marcas ampliaram o portfólio da empresa, que já contava também com Domaine d’Eugénie (Vosne-Romanée, na Borgonha), Château Grillet (Rhône) e Eisele Vineyard (Napa Valley).

Desde então, porém, houve a negociação de algumas marcas. A primeira foi a Champagne Henriot, negociada em 2022 para a Terroirs et Vignerons de Champagne (TEVC), cooperativa dona da marca Nicolas Feuillatte. Mais recentemente, em julho de 2023, foi a vez da William Fèvre ser vendida para a Domaines Barons de Rothschild Lafite.

Domaines Barons de Rothschild Lafite

A DBR Lafite, como a Domaines Barons de Rothschild Lafite é também conhecida, é propriedade de diversos ramos da família Rothschild e atualmente gerida por Saskia de Rothschild. O grupo tem foco principal na região de Bordeaux, controlando Château Lafite-Rothschild, Château Duhart-Milon, Château L’Evangile, Château Paradis Casseuil e Château Rieussec.

Além disso, ela também é a principal acionista da Domaine d’Aussières (Corbières), Viña Los Vascos (Chile), Bodegas Caro (Argentina), Domaine de Long Dai (China) e, mais recentemente, da William Fèvre. Este último movimento foi encarado como um passo importante na busca de novas propriedades na Borgonha, região que concentra os vinhos mais caros e raros do planeta.

Fontes: LVMH, Domaines Artémis, Domaines Barons de Rothschild Lafite; Wine Spectator

Imagem: Sergey Gorbachev via Pixabay

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