A Itália é conhecida pela sua enorme diversidade de uvas, espalhadas pela totalidade do país. De fato, todas as 20 regiões italianas têm ao menos uma denominação de origem registrada. Isso mostra que, em termos de vinho, ninguém consegue superar a pluralidade italiana. É, de longe, o país com maior número de variedades autóctones, com 377 contabilizadas atualmente.
Embora muitas das uvas originárias da Itália já estejam presentes em outros países, os vinhedos italianos ainda são dominados por muitas variedades praticamente desconhecidas para muita gente. Da área total de vinhedos italianos, as nove variedades mais plantadas correspondiam a apenas 41% do total em 2010, deixando os demais 59% para mais de 350 uvas diferentes.
Variedades tintas mais plantadas
Apesar disso, algumas variedades ganham grande destaque nos vinhedos italianos. A uva mais plantada em 2010 era a Sangiovese, com cerca de 71,5 mil hectares. Isso correspondia a pouco mais de 11% da área plantada com videiras no Belpaese. Possivelmente a variedade mais internacionalizada entre as uvas tintas italianas, ela vem ganhando também mais destaque em seu país de origem, com sua área crescendo cerca de 2,6% entre 2000 e 2010.
Assim como a Sangiovese, concentrada sobretudo na parte central da Itália, a segunda uva mais plantada no país é tinta. A Montepulciano, com uma área de cerca de 35 mil hectares, também ganhou participação nos vinhedos italianos. Ela cresceu 17% entre 2000 e 2010, data do último censo completo italiano.
Fecham a lista das cinco variedades tintas mais plantadas na Itália três uvas completamente distintas. A terceira tinta com mais vinhedos é a francesa Merlot, com pouco mais de 28 mil hectares plantados. Ela foi seguida pela italianíssima Barbera, com maior concentração no norte do país, com pouco mais de 20 mil hectares (mas que recuou quase 28% entre 2000 e 2010). Por fim, a Calabrese, também conhecida como Nero d’Avola, fecha a lista, com pouco mais de 5 mil hectares.
Uvas brancas de destaque
Os dados de 2010 mostravam a Catarratto, plantada sobretudo na Sicília, como a uva branca de maior área de vinhedos na Itália. Eram cerca de 35 mil hectares em 2010, que equivalia a uma participação de 5,6%. Esta fatia, porém, era muito maior no passado. Os dados mais recentes refletem uma forte queda na área plantada, que foi reduzida em 32% somente entre 2000 e 2010.
Uma forte tendência de queda foi registrada também no caso da Trebbiano Toscano, segunda uva branca mais plantada, com 25,3 mil hectares. Somente entre 2000 e 2010 a área plantada caiu 43%. Tendência semelhante foi registada com outras uvas da “família Trebbiano”, com exceção da Trebbiano Giallo.
Completavam a lista de brancas mais plantadas as variedades Chardonnay, Glera (usada para elaboração de Prosecco) e Pinot Grigio. Sobre estas duas últimas, a expectativa é de forte crescimento nos últimos dez anos, mantendo a tendência vista entre 2000 e 2010, quando suas áreas plantadas aumentaram 140% e 159%. O enorme sucesso comercial do Prosecco e da Pinot Grigio explicam esta tendência.
Uvas plantadas em denominações de origem
Quando a área plantada inclui somente as videiras dentro de denominações de origem (seja ela DOC ou DOCG), o quadro geral muda pouco, mas com algumas alterações interessantes. Por exemplo, a Catarratto, usada sobretudo para vinhos considerados mais simples, praticamente desaparece da lista de uvas mais plantadas, caindo para a 27ª posição. O mesmo acontece com a Merlot, no caso por ser uma uva francesa e que conta de sua presença maior em vinhedos IGT.
Por outro lado, aumenta a fatia de uvas plantadas de forma total ou majoritária em DOCs ou DOCG. E o principal exemplo é a Nebbiolo. Apesar de ser uma das mais conhecidas uvas italianas, tinha apenas pouco mais de 5 mil hectares plantados, o que a colocava como somente a terceira uva do Piemonte mais plantada, atrás da Barbera e da Dolcetto.
Fontes: Unione Italiana Vini; Il numeri del Vino
Gráfico e tabelas: Il numeri del Vino
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